Ministro do TSE nega recurso que podia tornar Collor inelegĂvel
O ministro do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) Arnaldo Versiani rejeitou pedido para que o senador Fernando Collor (PTB-AL) fosse impedido de disputar eleições, por causa de irregularidades ocorridas na campanha de 2010.
O MPE (Ministério Público Eleitoral) acusou Collor de usar indevidamente o jornal "Gazeta de Alagoas", que pertence ao senador, para fraudar uma pesquisa eleitoral.
O ministro Versiani manteve multa de R$ 53,2 mil aplicada ao jornal pelo TRE (Tribunal Regional Eleitoral) alagoano e ratificou decisão anterior que apontou fraude numa pesquisa de intenção de voto realizada pelo Gape, instituto da "Gazeta". O jornal divulgou os dados em 24 de agosto de 2010.
Em 2010, Collor disputou o governo de Alagoas, sem sucesso. O vice de sua chapa, Galba Novais Júnior, também foi acusado pelo MPE.
Segundo a acusação, o Gape usou dados do Censo de 2000 para inflar a parcela da população com renda de atĂ© um salário mĂnimo. A intenção seria beneficiar o candidato, com melhor aceitação nessa faixa do eleitorado.
Para o ministro Versiani, apesar dos "sĂ©rios indĂcios de fraude da pesquisa eleitoral", o artifĂcio nĂŁo chegou a interferir na disputa eleitoral. Ele concluiu que o resultado nĂŁo foi capaz de confundir o eleitor, pois foi divulgado bem antes do primeiro turno e divergiu significativamente de outras pesquisas eleitorais.
Afastado da PresidĂŞncia da RepĂşblica em 1992 por suspeita de corrupção, Collor ficou impedido de disputar eleições por oito anos e voltou ao cenário polĂtico nacional em 2007, quando se elegeu senador. Seu mandato termina em 2015.
Morre Cleto FalcĂŁo, um dos lĂderes do governo Collor
O ex-deputado federal e lĂder do governo do ex-presidente Fernando Collor de Melo, Cleto FalcĂŁo, morreu na madrugada deste sábado (24) em MaceiĂł, aos 58 anos. O corpo dele foi velado em MaceiĂł e depois seguiu para Recife, onde nasceu, para ser cremado.
FalcĂŁo morreu no hospital Santa Casa de MisericĂłrdia de MaceiĂł. O hospital nĂŁo informou a hora exata nem a causa da morte do ex-polĂtico.
Um dos coordenadores da campanha presidencial de 1989, FalcĂŁo foi integrante da tropa de choque do governo Collor (1990-92), mas se afastou do ex-presidente apĂłs ter votado a favor do impeachment dele, em 1992.
Em 94, ele afirmou em entrevista que negociou o apoio da cúpula do jogo do bicho para a eleição de Collor à Presidência em 89. Em troca, segundo ele, Collor se comprometeria a não intervir na estrutura do jogo do bicho.
William Cleto FalcĂŁo de Alencar começou a carreira polĂtica em 1976, quando se tornou presidente da ala jovem do MDB (Movimento Democrático Brasileiro), partido de oposição ao regime militar (1964-1985). TrĂŞs anos depois se tornou assessor polĂtico do senador TeotĂ´nio Vilela, pai do atual governador de Alagoas, TeotĂ´nio Vilela Filho (PSDB).
Eleito deputado estadual em 1987, FalcĂŁo se tornou lĂder do entĂŁo governador de Alagoas Fernando Collor (1987-89) na Assembleia Legislativa alagoana. No cargo, participou ativamente da campanha que levou Collor Ă PresidĂŞncia, ao derrotar o entĂŁo candidato petista Luiz Inácio Lula da Silva no segundo turno.
Em 1990, foi eleito deputado federal pelo PRN (Partido da Reconstrução Nacional), mesmo partido de Collor. Tornou-se lĂder do PRN, mas foi destituĂdo logo em seguida apĂłs afirmar, em entrevista, que mantinha um padrĂŁo de vida incompatĂvel com seu salário graças ao apoio financeiro de empresários amigos.
Tentou se eleger nas trĂŞs eleições seguintes, mas sem sucesso. Em 2002, candidatou-se Ă Assembleia Legislativa de Alagoas, mas recebeu apenas dois votos, segundo dados do TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Sem conseguir voltar Ă polĂtica, passou a trabalhar como corretor de imĂłveis.
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