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Sob pressão de Lula e Dilma, Marta desiste da corrida à prefeitura


Isolada no PT e sob pressão do ex-presidente Lula e da presidente Dilma Rousseff, a senadora Marta Suplicy desistiu de disputar a indicação para concorrer à Prefeitura de São Paulo em 2012.

A decisão abre caminho para o partido confirmar a candidatura do ministro da Educação, Fernando Haddad. Ele foi lançado por Lula e tem apoio de Dilma e da cúpula petista.

Marta acertou a saída em conversa reservada com a presidente na base aérea de Congonhas, na segunda-feira, antes de ela visitar Lula no hospital Sírio-Libanês.

O encontro foi divulgado ontem (1º) pela ministra Helena Chagas (Comunicação Social) na chegada da comitiva presidencial a Cannes, na França, para a cúpula do G20.

Segundo o relato dela, Dilma disse que Marta foi "a melhor prefeita que São Paulo teve", mas não deveria se candidatar de novo porque agora sua presença no Senado seria "mais importante".

Ficou combinado que a senadora ficaria responsável por anunciar publicamente a sua resposta. Ela convocou jornalistas para uma entrevista na quinta-feira (3), depois do feriado de Finados.

Em seu jantar de aniversário, na quinta-feira passada, Lula disse a aliados que procuraria a ex-prefeita para uma conversa definitiva. A descoberta de que ele tem câncer na laringe obrigou Dilma a assumir a tarefa.

Aliados de Marta e fontes do Planalto confirmaram à Folha que ela vai se retirar. Ontem à noite, seus apoiadores se reuniriam para decidir se declaram apoio a Haddad logo ou se esperam que ele seja oficializado candidato.


PRÉVIAS

A direção do PT agora tentará evitar a realização de prévias, marcadas para 27 de novembro. Os outros três pré-candidatos (os deputados Jilmar Tatto e Carlos Zarattini e o senador Eduardo Suplicy) são azarões, mas podem forçar uma eleição interna.

Abandonada por ex-aliados e sem apoio de nenhum dos 11 vereadores petistas em São Paulo, Marta já havia sinalizado que sairia, mas precisava de um discurso para justificar o recuo após desafiar a autoridade de Lula.

No PT, fala-se em "saída honrosa", mas sem prêmio de consolação. Dilma descartou oferecer um ministério à ex-prefeita, dizendo que não misturaria questões de governo com assuntos eleitorais.

Na base aérea, ela se limitou a dizer à aliada que sua permanência no Senado será essencial para ajudar o governo em votações importantes.

O presidente do PT, Rui Falcão, afirmou que o pedido da presidente tem "muito impacto" e que Marta continuará a ter "papel importante" no Senado. "Ela poderá inclusive participar de campanhas do PT nacionalmente."

Falcão afirmou que Haddad ainda pode ser obrigado a disputar prévias, mas deu como certa a sua vitória no partido. "Tudo indica que ele será o nosso candidato."

Outro dirigente disse que o câncer de Lula não apressou a saída de Marta. Se insistisse nas prévias, ela teria até a próxima segunda-feira para se inscrever. Depois disso, o custo político de uma desistência seria ainda maior.

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