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Franca - SP - Pressão faz Câmara continuar com 15 vagas


Desta vez, quem pilotou o rolo compressor foi o povo. Se na semana passada os vereadores aproveitaram o plenário vazio para aprovar os salários, ontem a pressão fez os políticos recuarem. Cerca de 300 manifestantes munidos de faixas, cartazes, bandeiras, apitos e nariz de palhaço lotaram a Câmara e literalmente conduziram os votos. Acuados, os parlamentares votaram contra e ficaram sem o aumento de vagas e as férias de julho. Pela primeira vez na história do Legislativo francano, a votação ocorreu de forma tão sincronizada. Oposição e situação se uniram e seguiram o que a plateia queria. Ninguém ousou votar de forma diferente. “Se algum vereador falar que não foi por causa da pressão, ele está equivocado. Realmente, a população fez a diferença. Se este manifesto tivesse ocorrido na última sessão, o aumento de salário jamais teria passado”, reconheceu o presidente Marco Garcia (PPS).

Por volta das 13 horas, um grupo de estudantes já se concentrava diante da Faculdade de Direito. Seguiram a pé até a sede da Câmara. Lá, se juntaram a dezenas de professores que foram reivindicar a aprovação de benefícios para a categoria. As 264 cadeiras foram todas ocupadas. Dezenas de pessoas ficaram de pé. Quando os vereadores entraram no plenário, foram vaiados. Jépy Pereira (PSDB), que tripudiou sobre o pequeno número de manifestantes que foram à Câmara na sessão passada, foi o alvo preferido ontem. “Jépy Pereira, pode sorri, a turma do Facebook está aqui”, gritava o grupo. O vereador permaneceu calado o tempo todo.

O barulho era intenso. Não teve como a sessão ser aberta. Agentes da Guarda Civil e policiais da Força Tática, grupo da PM treinado para atuar em ocorrências de risco que demandam enfrentamento, foram chamados para garantir a segurança. Ficaram no plenário até o fim da votação dos polêmicos projetos. Não houve confronto.

A reunião começou com 40 minutos de atraso e o vereador Silas Cuba (PT) foi à tribuna falar sobre a votação. Os manifestantes se viraram de costas. Gritavam com a ajuda do megafone e apitavam. A PM entrou em ação e pediu que não atrapalhassem as discussões.

O primeiro artigo de reforma à Lei Orgânica a ser votado foi o que elevava de 15 para 23 o número de vagas na Câmara. Mesmo tendo realizado três sessões extraordinárias durante a semana para debater o projeto, os vereadores discutiram por quase uma hora como deveria ser a forma correta de votar para derrubar a proposta. Aberta a votação, o público começou a gritar “não”. Todos os vereadores obedeceram, inclusive os que articularam nos bastidores para que a proposta de aumento fosse inserida ao projeto. O placar eletrônico registrou 15 a 0, algo incomum numa Câmara em que as divergências entre as bancadas governista e de oposição são frequentes.

Sem o aumento das vagas, restava tentar salvar as férias de inverno. Mais uma vez, os manifestantes pressionaram. Gritaram “não”. Foram atendidos e o placar voltou a registrar 15 a 0. “Eles não votaram por unanimidade porque queriam, mas porque o povo estava aqui. Quando o povo está mobilizado, as coisas acontecem. Vamos continuar pressionando sempre que necessário”, disse o estudante Luiz Eduardo Stival.

Na reunião passada, a empresária Viviane Araújo saiu frustrada da Câmara e foi à polícia prestar queixa contra Jépy Pereira. Ontem, ela voltou a chorar. Desta vez, de emoção. “É isto que esperamos das pessoas, que tenham fé. Ter fé é acreditar naquilo que não se pode ver. Com fé, a gente sempre vai conseguir vencer. A votação unânime não teria acontecido se a população não estivesse aqui. Esta foi a nossa resposta. Nós conseguimos, somos vitoriosos.”

Fonte Portal GCN

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